Relatório UNICEF: O estado das crianças em 2019: crianças, alimentos e nutrição
8 de novembro de 2019
No Dia Europeu da Alimentação e Cozinha Saudáveis, a Fundação partilha algumas das conclusões do novo Relatório sobre o estado das crianças em 2019: crianças, alimentos e nutrição, da UNICEF
Segundo este Relatório, à medida que as crianças crescem, a sua exposição a alimentos pouco saudáveis é alarmante, devido em grande medida à publicidade e comercialização inapropriada, à abundância de alimentos ultraprocessados, tanto em cidades como em zonas rurais, e ao aumento de comida fast-food e bebidas com alto teor de açúcar.
O Relatório mostra que 42% dos adolescentes em idade escolar, em países com rendimentos médios e baixos, consomem refrigerantes pelo menos 1 vez/dia e 46% dos adolescentes consomem fast-food 1 vez/semana. Estas taxas ascendem a, respetivamente, 62% e 49% no caso de adolescentes em países com altos rendimentos.
Como resultado, os níveis de excesso de peso e obesidade na infância e na adolescência estão a aumentar em todo o mundo, inclusivé em Africa. A proporção de crianças e jovens, entre os 5 e os19 anos, com excesso de peso duplicou no período 2000-2016.
Em PORTUGAL (2016), 32% das crianças em idade escolar dos 5 aos 19 anos tem excesso de peso. (contra os 26% da Europa e Ásia Central).
Os estilos de vida não saudáveis – a alimentação inadequada, a falta de exercício físico e a vida sedentária – estão na origem da obesidade e do excesso de peso nas crianças e implicam riscos, não só na saúde física como também afetam o rendimento escolar e aumentam as possibilidades de sofrer transtornos de autoestima.
Para prevenir a obesidade infantil e lutar contra esta situação a UNICEF propõe recomendações que incluem:
– Sensibilizar e capacitar as famílias, crianças e jovens para exigir alimentos nutritivos.
– Impulsionar a existência de ambientes de alimentação saudáveis e acessiveis.
– Promover a reformulação dos produtos processados com ingredientes mais saudáveis.
O Relatório alerta que uma deficiente e incorreta prática alimentar desde os primeiros dias de vida pode, entre outras repercussões, prejudicar o desenvolvimento cerebral e interferir na aprendizagem da criança.
O impacto de uma deficiente nutrição afeta as crianças até a idade adulta,
comprometendo as suas perspetivas económicas futuras1.
1 Extraído de https://features.unicef.org/state-of-the-worlds-children-2019-nutrition/
Neste contexto, em Portugal, também em outubro 2019, a Direção Geral da Saúde – DGS- divulgou as linhas de orientação para os pais e educadores: ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL DOS 0 AOS 6 ANOS. LINHAS DE ORIENTAÇÃO PARA PROFISSIONAIS E EDUCADORES 2019
A DGS confirma que uma alimentação e um estilo de vida adequados permitirão expressar ao máximo o potencial genético de crescimento e prevenir o desenvolvimento de doença, a breve e longo prazo.
E alerta que os primeiros meses/anos de vida são determinantes não apenas para a aquisição e sedimentação de hábitos alimentares saudáveis, mas também na expressão máxima do potencial individual de crescimento e de desenvolvimento neurocognitivo e ainda na modulação individual do risco de doenças crónicas do adulto, nomeadamente da doença cardiovascular, diabetes e cancro, entre outras.
Na base de que Alimentar é educar, educa-se promovendo regras e dando o exemplo. Estruturar um comportamento alimentar e de atividade física saudável é o maior legado que os educadores deixam a uma criança, pelo que todos os cuidadores são responsáveis pela saúde das gerações futuras.
A família e a escola, particularmente os berçários, creches e jardins-de-infância, são peças fulcrais para a construção de uma sociedade mais saudável!
A Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso, dedicada à promoção da saúde e prevenção da doença, promove a adoção de uma alimentação saudável, como uma forma de responsabilizar a cada um de nós pela própria saúde e dos nossos filhos.
Para mais informação, pode consultar:
Relatório da UNICEF
As linhas orientadoras da DGS
CUIDAMOS HOJE DO AMANHÃ!