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O Estudo das Perceções da População Residente na Cidade de Lisboa sobre a Importância dos Primeiros Anos de Vida no Desenvolvimento da Criança (0-6), é da responsabilidade do Instituto Superior de Saúde (ISAVE).
A pobreza foi apontada por 89% dos inquiridos como o grande obstáculo para o desenvolvimento infantil. Situações de conflito e violência na família (87,7%), problemas de saúde mental dos pais (86%), doenças das crianças (85,3%), problemas de stress dos pais (81,7%), ou doenças dos pais de caráter crónico ou prolongado (78,7%) são também considerados inibidores desse mesmo desenvolvimento.
Quase dois terços (64,3%) dos entrevistados não conhece corretamente a idade em que se realiza o maior desenvolvimento do cérebro das crianças (0 aos 3 anos), e mais de um quarto (29%) revela não considerar a exposição prolongada a ecrãs como um entrave ao desenvolvimento infantil.
São apenas 57,7% os que reconhecem o papel educativo da creche na educação da criança nesta faixa etária, e a maioria (79,7%) considera que a função principal das creches é tomar conta das crianças enquanto os pais estão a trabalhar. Contudo, mais de três quartos (77,3%) reconhecem a importância da creche no estímulo das crianças nos seus primeiros mil dias de vida
Uma tendência que se inverte no caso do jardim de infância (crianças com idades entre os 3 e os 6 anos), com um reconhecimento mais consensual (83,3%) do papel que tem no estímulo das crianças, ainda que três quartos (74,3%) dos inquiridos continue a destacar a sua função de tomar conta das crianças.
O papel de preparar as crianças para bons resultados escolares (69%) ou educá-las (66,7%) merece menos atenção por parte dos entrevistados, embora a maioria (87%) acredite que a frequência de uma boa creche ou jardim de infância pode influenciar positivamente, mais tarde, os resultados na escola.
Um bom ambiente familiar e social é apontado pela grande maioria (88,3%) como condição essencial para uma infância saudável e feliz, mas apenas 5,7% considera que a creche ou o jardim de infância contribuem para uma infância saudável e feliz.
São apontados como fatores favoráveis ao desenvolvimento infantil o tempo dedicado aos filhos pelos pais (90,3%) ou o tempo passado a brincar com outras crianças (90%). Nesse sentido, melhores condições de vida (60,7%) e horários mais flexíveis para os pais (55%) são apontados como parte da solução para os pais terem mais tempo para dedicar aos filhos. Cerca de metade dos inquiridos considera que uma melhor situação das crianças em Portugal depende de medidas que apoiem uma maior facilidade nos horários de trabalho dos pais (47%) e que contemplem um maior apoio económico às famílias (46%).
Uma larga maioria dos entrevistados considera que deveria ser dada uma maior atenção ao desenvolvimento infantil (91%) e cerca de um terço (35,7%) reconhece a sua importância na formação de cidadãos mais responsáveis.
Nos casos em que as crianças estão em perigo e é necessário serem retiradas do núcleo familiar, um terço da população inquirida (33%) não consegue apontar qual a melhor solução a dar-lhes.
No que toca à saúde infantil, uma grande fatia dos inquiridos (68,7%) reconhece que as doenças das crianças têm impacto na saúde na idade adulta, mas cerca de metade (55%) dos inquiridos assumiu que a obtenção de uma consulta de especialidade nos serviços de saúde para crianças é muito demorada.
O Estudo das Perceções da População Residente na Cidade de Lisboa sobre a Importância dos Primeiros Anos de Vida no Desenvolvimento da Criança (0-6), foi desenvolvido pelo ISAVE (Instituto Superior de Saúde), sob a coordenação do Professor Fausto Amaro, e pelas Professoras Mafalda Duarte e Paula Espírito Santo.
Ficha técnica do Estudo:
Universo: População residente na cidade de Lisboa.
Dimensão da Amostra: 300 pessoas maiores de 20 anos.
Tipo de amostra: Aleatória, estratificada por tipo de freguesia e de composição proporcional à população de cada freguesia; seleção final - quotas de sexo e idade.
Erro estimado: +/- 6%, num nível de confiança de 95%.
Recolha de dados: Por entrevista pessoal, realizada na residência do entrevistado, com base em questionário semiestruturado.
Trabalho de campo: Dias 29 e 30 de abril de 2023.
A Early Childhood Development Campaign First Years First Priority é coliderada pela Eurochild e pela International Step by Step Association, em parceria com a European Public Health Alliance e com o Roma Education Fund, abrangendo 10 países: Sérvia (Pomoc Deci), Espanha (Plataforma de Infancia), Portugal (Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso), Finlândia (Central Union for Child Welfare), Hungria (Family, Child, Youth Association), Irlanda (Child Rights Alliance), Bulgária (Trust for Social Achievement), Roménia (Step by Step Center for Education and Professional Development), França (Ensemble pour l'Éducation de la Petite Enfance) e Eslováquia (Open Society Foundation).
Sobre:
A campanhaPrimeiros Anos a Nossa Prioridade Primeiros Anos a Nossa Prioridade reúne em coligação uma rede nacional de cerca de 40 entidades publicas, privadas e do setor social, que representam mais de 2500 instituições em Portugal, visando colocar o tema do desenvolvimento infantil na agenda em Portugal, de modo a promover uma maior consciência por parte de toda a sociedade sobre a importância dos primeiros anos de vida no processo de desenvolvimento humano. Complementarmente, a campanha pretende influenciar políticas e investimentos, públicos e privados, de modo a proporcionar a todas as crianças um bom começo de vida (com vínculos seguros e ambientes saudáveis, protetores e estimulantes).
A Fundação Nossa Senhora do Bom Sucesso - FNSBS é uma instituição focada, desde 1951, na promoção da saúde e na prevenção da doença, com especial incidência na gestação, na saúde da criança e do adolescente, em abordagens preventivas, prosseguindo o bem geral e a aposta estratégica no investimento nos primeiros anos de vida.
CUIDAMOS HOJE DO AMANHÃ!